sexta-feira, 1 de maio de 2009

Festas de 1º de Maio reúnem 1,8 milhão de pessoas em São Paulo

da Folha Online

As três principais festas das centrais sindicais em comemoração ao 1º de Maio reuniram cerca de 1,8 milhão pessoas em São Paulo nesta sexta-feira. Até as 16h, o público total era de 900 mil.

O maior público compareceu à festa da Força Sindical, na zona norte: 1,5 milhão de pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar. A festa da UGT (União Geral dos Trabalhadores), na região central, reuniu 200 mil segundo a organização do evento, e a da CUT (Central Única dos Trabalhadores), na zona sul, 100 mil de acordo com a PM. Em todas, o emprego no Brasil foi o tema principal.

A festa da Força, realizada na praça Campo de Bagatelle, em Santana, começou às 7h e se estendeu até as 19h. Foram 30 shows gratuitos de artistas como os sertanejos Daniel e a dupla Rick e Renner, o padre Marcelo Rossi e o trio pop KLB. Nas festividades do ano passado, a estimativa foi de 1,2 milhão no mesmo local.

O presidente da Força Sindical, o Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que a entidade já trabalhava com número maior de público neste ano porque a CUT descentralizou suas comemorações. Segundo ele, a crise o desemprego também contribuíram para o aumento de público.

"A gente já tinha calculado um número maior porque não tinha um grande evento da CUT na cidade. [...] Na medida que tem desemprego e a crise você acaba atraindo um público que normalmente não viria", afirmou Paulinho.

Além dos shows, o público também foi "submetido" ao habitual regime de discursos políticos. Passaram pelo palco da Força os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP), o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e o ministro Carlos Lupi (Trabalho e Emprego).

Na festa da UGT, realizada na avenida São João, no centro da cidade, além dos discursos, os políticos aproveitaram os 15 anos da morte do piloto Ayrton Senna para fazer uma homenagem póstuma. A empresária Viviane Senna, irmã do tricampeão mundial de F-1, recebeu uma placa dos sindicalistas destacando a carreira do piloto.

Ao contrário da Força, que distribuiu cerca de R$ 500 mil em prêmios, a UGT descartou atrair público por meio sorteios de carros, por exemplo. Segundo o presidente da entidade, Ricardo Patah, o objetivo é fazer uma festa popular com música e críticas ao sistema financeiro.

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o ministro Lupi também passaram pela festa da UGT, que foi realizada em parceria com a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e da NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores).

A festa da CUT em Cidade Dutra (zona sul) foi realizada sem grandes shows e patrocínio --decisão da própria sindical, que decidiu não pedir fundos às empresas por causa da crise econômica-. A central também promoveu atos no Itaim Paulista (zona leste), até as 18h.

Crise, desemprego e violência marcam Dia de Trabalho pelo mundo

UOL

01/05/2009 - 15h56

Redação Central, 1 mai (EFE).- A crise econômica e o desemprego foram as principais preocupações manifestadas hoje pelos trabalhadores e sindicatos nas manifestações convocadas no mundo todo pelo Primeiro de Maio, com participação irregular e incidentes violentos em países como Turquia, Alemanha e Venezuela.

Onde não houve violência, as manifestações ocorreram sob tensão latente, devido à grande preocupação existente pelo aumento do desemprego e pela ineficácia das medidas governamentais para frear a crise.

Os principais incidentes aconteceram em Caracas, onde a Polícia venezuelana lançou gás lacrimogêneo nos participantes da passeata convocada pela oposição ao presidente Hugo Chávez, quando alguns de seus participantes tentaram sair do percurso permitido.

Os agentes jogarem gases e direcionaram carros antimotim contra o grupo que tentou pular as cercas de segurança para se dirigir à sede do Parlamento, enquanto o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, denunciou como "provocadora" a presença policial e militar.

Em Istambul também houve confrontos entre manifestantes de esquerda que tentavam ir até a praça de Taksim, no centro da cidade, e a Polícia -que utilizou gás lacrimogêneo e água em mangueiras de pressão.

Houve diversos presos e feridos, em números ainda não especificados.

Na Alemanha, os incidentes ocorreram em manifestações neonazistas convocadas em Berlim, Mainz, Ulm e Hamburgo pelo Partido Nacional Democrático Alemão (NPD) quando dezenas de milhares de manifestantes de esquerda tentaram impedir que eles desfilassem no Dia do Trabalho.

A Polícia recorreu aos canhões de água para separar as colunas, depois que grupos isolados de jovens jogaram garrafas e pedras contra a passeata neonazista.

O incidente terminou com 20 presos e diversos feridos.

O Dia do Trabalho foi celebrado com menos violência mas com grande tensão se celebrou o Dia do Trabalho na França, onde os oito maiores sindicatos se uniram, pela primeira vez na história, no chamado "G8 sindical" para fazer um grande protesto em Paris.

De acordo com os sindicalistas, 160 mil pessoas, saíram às ruas em protesto contra a política do Governo e os empresários que, segundo eles, se aproveitam da crise.

Cerca de 300 manifestações foram feitas em todo o país, com palavras de ordem como "Mais emprego justo!" e "A crise são eles; a solução, nós!", além de críticas ao Governo pelo aumento do desemprego, que já atinge cerca de 2,5 milhões de franceses.

Na Espanha, da mesma forma, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas para expressar rejeição a qualquer iniciativa de apoio às demissões ou cortes de salários e benefícios.

Os sindicatos reivindicaram um "modelo produtivo diferente", a reativação da economia e a criação de mais e melhores empregos como mecanismos para combater uma crise que elevou a taxa de desemprego até 17,36% da população economicamente ativa da Espanha, mais de 4 milhões de pessoas.

Eles não especificaram, porém, como todas essas melhorias seriam feitas.

Do lado de cá do Atlântico, o Dia do Trabalho teve como marcas, além da violência na Venezuela, a louvação do socialismo em Cuba e a ausência de qualquer ato no México, por medo da gripe suína.

O Governo de Cuba celebrou a data com um desfile presidido pelo presidente, Raúl Castro, na Praça da Revolução de Havana, em que se reiterou o compromisso com o socialismo no ano que marca o 50º aniversário da revolução.

Dezenas de milhares de cubanos repetiram a tradicional marcha do Dia dos Trabalhadores com cartazes de apoio ao Governo e slogans conclamando a "trabalhar e ser mais eficientes".

Também houve manifestação em Porto Rico, onde milhares de pessoas participaram de uma passeata em protesto contra um plano que pode supor a demissão de mais de 30 mil funcionários.
UOL