Jornada de trabalho dá o tom no 1º de maio
Redução da carga horária do trabalhador marca as comemorações em todo o País
SÃO PAULO - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, uniu-se ontem às centrais sindicais e, nos dois maiores eventos de comemoração do Dia do Trabalho em São Paulo, defendeu a redução da carga horária do trabalhador em todo o País. Lupi disse que o apoio à proposta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical não ficará somente no discurso.
"Eu, enquanto filiado do PDT, vou trabalhar para que a minha bancada vote a favor", disse.CUT e Força prometem entregar em 29 de maio ao Congresso uma proposta de emenda popular que reduz de 44 para 40 horas a jornada de trabalho semanal. O movimento para recolhimento de assinaturas de apoio ao projeto começou no início do ano.
O tema foi o carro-chefe dos atos organizados pelas centrais sindicais em todo o País. Apesar de sua defesa à tese, Lupi ponderou que o papel do Ministério do Trabalho será encontrar um consenso entre as centrais sindicais e as entidades patronais. "Estou disposto a conversar, dialogar e tentar encontrar um caminho que traga mais benefícios ao trabalhador."
A maior preocupação do ministro é com a possibilidade de uma onda de desemprego e achatamento salarial. "Temos de reduzir a jornada, mas sem cortar empregos nem baixar salários." Afastado da presidência do PDT desde março, Lupi participou pela manhã da festa promovida pela Força Sindical, na Zona Norte de São Paulo; à tarde, seguiu para o evento da CUT, no autódromo de Interlagos, Zona Sul.
A tese de redução da jornada de trabalho também foi endossada pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Eu fui dirigente sindical, avalio que a redução de jornada cria condições de aumentar o número de empregos no País; nós temos a experiência de que a Constituição de 1988 reduziu a jornada de 48 para 44 horas e não quebrou empresas nem tirou a competitividade do País", afirmou Chinaglia após participar da comemoração do Dia do Trabalho organizada pela CUT.
Público
Cerca de 1,1 milhão de pessoas passaram pelas duas festas, segundo os organizadores. Para a Polícia Militar, pouco mais de 100 mil compareceram à festa da CUT e 1 milhão ao evento da Força Sindical.
(Tribuna da Imprensa)E
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sexta-feira, 2 de maio de 2008
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Há 40 anos, trabalhadores se reuniram na Praça da Sé contra ditadura
01/05/2008 - 09h42
da Folha Online
Há 40 anos, no dia 1º de maio, trabalhadores da região do ABC e da Grande São Paulo se reuniram em uma manifestação na Praça da Sé contra a ditadura, que caminhava para o seu endurecimento.
O jornalista Antonio Roberto Espinosa, professor de política internacional na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e na Escola Superior de Diplomacia, conta que na época era estudante de filosofia, morava em Osasco e foi para o local.
Segundo o professor, nesta data ficou evidente a divisão do movimento sindical entre pelegos, que buscavam a convivência com o regime militar, e oposição sindical, que denunciava o avanço da ditadura e lutava contra o arrocho salarial. De acordo com ele, dentro desse último grupo havia a "oposição combativa", que propunha palavras de ordem, como a greve e a mobilização pela base, exercido de maneira mais expressiva pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.
Espinosa fala que o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, foi convidado a subir no palanque montado na Praça da Sé. Os Manifestantes, comandados pela oposição combativa do sindicato de Osasco, invadiram o palco, discursaram, queimaram o palanque e seguiram em passeata rumo a Praça da República, na região central.
O professor conta que, entre os oradores que discursaram na Praça da Sé, estava o estudante de Ciências Sociais e operário da empresa Cobrasma, José Campos Barreto. Na Praça da República, Barreto pediu para que os manifestantes apoiassem a guerra revolucionária e a guerra de guerrilhas.
"O Barreto para quem não sabe é o militante da VPR [Vanguarda Popular Revolucionária], VAR-Palmares e depois vinculado ao MR-8 [Movimento Revolucionário 8 de outubro], que foi morto em Brotas de Macaúbas, na Bahia, junto com o capitão Lamarca", explica Espinosa.
da Folha Online
Há 40 anos, no dia 1º de maio, trabalhadores da região do ABC e da Grande São Paulo se reuniram em uma manifestação na Praça da Sé contra a ditadura, que caminhava para o seu endurecimento.
O jornalista Antonio Roberto Espinosa, professor de política internacional na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e na Escola Superior de Diplomacia, conta que na época era estudante de filosofia, morava em Osasco e foi para o local.
Segundo o professor, nesta data ficou evidente a divisão do movimento sindical entre pelegos, que buscavam a convivência com o regime militar, e oposição sindical, que denunciava o avanço da ditadura e lutava contra o arrocho salarial. De acordo com ele, dentro desse último grupo havia a "oposição combativa", que propunha palavras de ordem, como a greve e a mobilização pela base, exercido de maneira mais expressiva pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.
Espinosa fala que o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, foi convidado a subir no palanque montado na Praça da Sé. Os Manifestantes, comandados pela oposição combativa do sindicato de Osasco, invadiram o palco, discursaram, queimaram o palanque e seguiram em passeata rumo a Praça da República, na região central.
O professor conta que, entre os oradores que discursaram na Praça da Sé, estava o estudante de Ciências Sociais e operário da empresa Cobrasma, José Campos Barreto. Na Praça da República, Barreto pediu para que os manifestantes apoiassem a guerra revolucionária e a guerra de guerrilhas.
"O Barreto para quem não sabe é o militante da VPR [Vanguarda Popular Revolucionária], VAR-Palmares e depois vinculado ao MR-8 [Movimento Revolucionário 8 de outubro], que foi morto em Brotas de Macaúbas, na Bahia, junto com o capitão Lamarca", explica Espinosa.
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