quinta-feira, 1 de maio de 2008

Há 40 anos, trabalhadores se reuniram na Praça da Sé contra ditadura

01/05/2008 - 09h42


da Folha Online

Há 40 anos, no dia 1º de maio, trabalhadores da região do ABC e da Grande São Paulo se reuniram em uma manifestação na Praça da Sé contra a ditadura, que caminhava para o seu endurecimento.

O jornalista Antonio Roberto Espinosa, professor de política internacional na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e na Escola Superior de Diplomacia, conta que na época era estudante de filosofia, morava em Osasco e foi para o local.

Segundo o professor, nesta data ficou evidente a divisão do movimento sindical entre pelegos, que buscavam a convivência com o regime militar, e oposição sindical, que denunciava o avanço da ditadura e lutava contra o arrocho salarial. De acordo com ele, dentro desse último grupo havia a "oposição combativa", que propunha palavras de ordem, como a greve e a mobilização pela base, exercido de maneira mais expressiva pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

Espinosa fala que o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, foi convidado a subir no palanque montado na Praça da Sé. Os Manifestantes, comandados pela oposição combativa do sindicato de Osasco, invadiram o palco, discursaram, queimaram o palanque e seguiram em passeata rumo a Praça da República, na região central.

O professor conta que, entre os oradores que discursaram na Praça da Sé, estava o estudante de Ciências Sociais e operário da empresa Cobrasma, José Campos Barreto. Na Praça da República, Barreto pediu para que os manifestantes apoiassem a guerra revolucionária e a guerra de guerrilhas.

"O Barreto para quem não sabe é o militante da VPR [Vanguarda Popular Revolucionária], VAR-Palmares e depois vinculado ao MR-8 [Movimento Revolucionário 8 de outubro], que foi morto em Brotas de Macaúbas, na Bahia, junto com o capitão Lamarca", explica Espinosa.

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